terça-feira, setembro 27

Vazio
Papel. Cinzeiro. Tabaco. Isqueiro. As minhas unicas companhias, aliás, tu és o unico, os outros nao passam de artefactos aliados ao vicio fisico. Tu pertences as minhas dependencias mentais. Quando combinada com uma caneta, transcendes todas as minhas espectativas. Tornas-te um poço de possibilidades infinadaveis e variadas. Tanto pego em ti e te aconchego no meu intimo, como igualmente te mancho de borroes de tinta, desenhos sem nexo e afins. Contigo exteriorizo-me, liberto-me e desabafo. És, sem sombras de duvida, o amigo ideal, que ouve e nao questiona até acarbamos o nosso discurso muitas vezes tenebroso, complexo e em nada organizado. Todavia, tu tens uma paciencia sem igual, nao interrompes até que coloco a caneta de parte e olhas para mim silenciosamente. Olhas, fixas-me, prendes me a atenção. E interrogaste; reorganizas os caracteres e formulas as questões. Sempre com os olhos posto em ti, leio as tuas pertinentes interrogações. Espero que des por terminado o teu interrogatorio e volto a pegar na caneta, que aguarda ansiosamente o round 2 e respondo-te delicadamente. No final sobram apenas os espaços em branco, deixados pelas letras do nosso dialogo que se predem a ti pelo elo quimico da tinta.
Enquanto houver papel, terei sempre um abrigo...

3 comentários:

Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Anónimo disse...

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Anónimo disse...

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