quinta-feira, fevereiro 16

Sinto o teu riso na almofada
Ouço o teu olhar na fronha sob a qual me deito
Extasiado pelo teu efeito q em mim vejo surgir
Por entre os lençois de ebano
Onde nos quais hoje me deito sozinho
Que um dia t viram coberta
Com os meus olhos.

Véus ignorantes desconhecedores
Da dádiva que é aconchegar-te a ti
Em noites geradas por quentes enlaços
Findadas em lençois húmidos
Que o nosso suor tocou e molhou
Num dia de odores.

Falta me a expressão do teu corpo
À minha visão dessa proclamação
Da beleza naturalmente simples
Decorrida da timidez das tuas mãos
Da curva do teu pescoço abatido
Pela fervura da minha caricia.

Carícia de Ontem, Fantasia de Hoje

sexta-feira, fevereiro 10

Inspiraçao Revivida

A inspiraçao retorna fazendo de mim alma revivida. Como é boa a sensaçao de te ver viver de novo em mim, de te sentir correr-me como algo que no sangue me deu e neste me dá. Incorporas-me, utilizando-me como veiculo para te expressares. Dou a minha mão para que a tua voz ganhe textura. Juntos personificamos a unicidade. Ser um sendo simultaneamente dois. Dualidade necessaria à nossa escrita. Sussuras-me frases que às quais inoculo os poucos sentimentos que sei.

domingo, fevereiro 5

Na ponta da pena

Na ponta da pena a minha vida rasga o papel. Cada frase escrita é fissura que se inicia e prolonga como cada dia que nasce e se estende. Vejo sendo cego que fantasia sobre aquilo que toca sem ver. Faço do engano venda que me cobre os olhos todavia insuficiente na tentativa de encobrir o cenário que delimita a minha mente à vida. Sou corpo preso a um espaço sensível, onde emoções se condensam na forma de mãos que me sufocam e vão me matando. Estes sentimentos, tamanhas forças brutas, que me aconchegam ao seu abraço e me esmagam são catalizadores do meu desfragmentar. Vou me partindo em pedaços como vidro estelhaçado quando atirado de em contro ao chão. Nas poças das minhas proprias lagrimas molha me o que eu já fui, o que fazia de mim eu, o que quando aglutinado me tornava pessoa. Que sou eu se não fraca porcelana mal colada que até o sopro das palavras derruba. Quis ser tanto, mas sou tão pouco. E enquanto fui tudo afinal era nada e à falta de disfarce caio nas malhas depressivas destes sentimentos. Mesmo não querendo vou caindo em sombras que me sugam a força que um dia existiu na minha fortificada mente. Sem paredes, alicerces, ou qualquer outra merda que me sustenha sou vulnerável. Não me ataques pois esqueci como defesas se erguem. Sou fraca e tenho medo. Sou nada e penso. Sou lágrima...que me acaricia o rosto à falta de uma mão que me ajude a levantar.