terça-feira, agosto 30

Para todos os meus medos....
Mais uma oportunidade perdida, mais um caminho sem saida. Becos, ruas que se cruzam entre si e sobre si mesmas se fecham, obscuras, sombrias, frias, intransponiveis. Isto é o que sinto quando com eles me deparo, erguendo se de fronte a minha vista impedindo me de enxergar o que nas suas costas escondem. Por instantes julgo que os posso minimizar e até mesmo ridicularizar por não existirem por eles mesmos; a sua existencia resulta dos caprichos dos ordenadores de territorio que decidem aglutinar duas ruas criando um empecilho à passagem. Nessa fracção de segundo sou superior, mas logo no instante seguinte compreendo a dimensao da minha pequenez e que mais uma vez me sinto perdido sem caminho. O retorno pela mesma via parece-me o mais apropriado, mas porque regredir quando em frente posso ir? Poderei mesmo? Terei eu as adaptidões fisicas necessarias para escalar tal muro e me deixar cair do outro lado? Riscos e mais riscos e de repente a grande luta se inicia: Seguro Vs Desconhecido. Sento me ao canto daquele beco, abraçando-me como uma criança perdida à espera de alguém que a venha buscar. O tempo passa e a mão não chega e, dentro de mim sei, que terei de agir. O que farei?

segunda-feira, agosto 29

Eu e o Mundo

Pois bem. Tomei neste instante a seguinte resolução : (dois pontos e um ciclo respiratorio para criar a atmosfera necessaria) escrever uma breve reflexão diaria. O ambiente está gerado, uma boa musica, um maço de tabaco e um cinzeiro – tenho tudo o que é essencial. O dia de hoje, especificamente a noite, demonstrou me mais uma vez que a vida é muito mais facil quando somos livres. Liberdade essa conferida por uma calma de espirito, confiança, segurança e algo tão simples como a sinceridade. A conclusão de hoje é essa mesma, ser se sincero é a coisa mais facil do mundo, as pessoas em geral é que a tornam complexa. Realmente, nao percebo a razão permanente que dita as pessoas a agirem sob véus de cinismo e de hipocrisia. Há aspectos vitais na nossa vida enquanto seres inviduais e no colectivo – sociedade - , sendo o primordial o Ser. O que nos somos dita a relação connosco mesmos e com as outras pessoas. Para que as coisas se processem de um modo saudável e natural há que se ser enquanto pessoa alguém seguro, confiante, conhecedor de si. Ou seja, sabermos quem somos, qualidades, defeitos, saber discirnir tais coisas torna nos conscientes do que somos e permiti nos melhorar as relações inter-humanas. A partir desta base, torna-se mais facil trabalhar a nossa personalidade e caracter, modificando o que julgamos de errado e preservar os aspectos positivos. Isto é uma boa teoria, todavia nao passa disto mesmo. Dado que se conclui facilmente atraves de uma simples reflexao racional mas ha algo indiscutivel e insociavel ao ser: o sentimento. O Humano é complexo desda sua estrutura organica até à mental. Se não sentissemos, a teoria seria posta em pratica imediatamente e não haveria nenhum entrave à sua execução. O que fazer quando somos simultaneamente mente e coraçao? Até que ponto devemos fazer exercer o poder mental sobre o sentimental e vice versa? Quando é o tempo de pensar? Quando é o tempo de sentir? Vou fazer uma pausa, dei um suspiro é sinal de impasse – acendo um cigarro. Primeira conclusao : o que somos espelha-se nas nossas relaçoes. Estarei me a repetir? Talvez, mas é de facto o que penso e nunca é demais salientar. Devemos encarar o mundo de frente, por mundo entende-se como o local onde vivemos, as pessoas nele inseridas, o que é o mesmo que dizer a nossa comunidade. Nascemos e a nossa vida prolonga-se para alem do utero que nos gerou. A partir deste marco, o que mais nos determinará sera a educação, a familia, em especial, os nossos pais. Assim como tudo o circulo em que estamos inseridos. Mas a evoluçao de cada um é diferente do da pessoa que reside ao lado, e o estagio mental também, a idade também. O que me perturba é o seguinte: como é que em circuitos de pessoas tao jovens existem tantos problemas? Ha uma resposta muito simples: a idade tenra que torna os jovens radicais, vivendo intensamente tudo o que os rodeia. Por outro lado, o que que justifica tamanha malicia nessas pessoas? Ao ser se jovem nao deveria ser mais facil estabelecer relaçoes de amizade mais profundas? Possivelmente, a falta de experiencia aliada à falta de alicerces mentais leva a que haja mais problemas entre pessoas jovens. Eu relaciono-me com as pessoas na base da sinceridade e sempre defendi com todas as armas possiveis a comunicação. A partir do momento em que nao gostamos de alguem nao seria mais facil lidar com isso, utilizando a indiferença como arma, ou simplesmentar alianarmos nos dessa presença? Porque dizer mal? Porque que a troça aguça a felicidade de uns e entristesse outros? Sou uma idealista, sera? Sei apenas que me sinto bem na minha pele, ao lidar com os outros de modo claro, com respeito e dando tudo o que eu posso na base da sinceridade. Sei que sei algumas coisas, tenho uma cabeça bem organizada, sei quais sao os meus objectivos e sei como consegui-los. Sem descurar a vivencia desta vida sentindo o que me rodeia, deixando me levar por uma corrente de emoções e sensaçoes, estando simultaneamente sensivel aos que os outros nos dizem sem palavras, apenas pela liguagem corporal.
Imutabilidade
Faço uma pausa. Desejo que este instante permaneça imutável. Expiro e inspiro, tais movimentos respiratórios imprescindíveis à vida, e nesse acto complexo sou invadido por recordações; expiro e tudo retorna ao seu lugar; inspiro e tudo me inunda com velocidade extrema. E é nesta situação oscilante que me sinto periclitante, vagueando entre a passividade e a actividade. Analiso este pensamento, dissecando-o em pequenos fragmentos, tentando alcançar a verdade do sentimento, a verdade acerca do que me rodeia, ao fim ao cabo de mim. Concluo, que somente a mim me cabe a decisão de presidir a assembleia cínica, no qual me sento todos os dias, acomodado a esta realidade como um sedentário deputado, cuja vontade se desvaneceu um dia, dia esse em que se apercebeu que era um mero joguete neste grande xadrez, e que não era importante. Era substituível. Não obstante, as minhas palavras eram vazias, ecoavam nos ouvidos de outrem, pareciam, ao fim ao cabo, não terem teor, nada. Por conseguinte as acções, a luta que travava pelas minhas convicções era inglória, nada se alterava. No fim de contas, não era só aquele instante em que parei e reflecti que pretendia ser imutável, a minha vida já o era.
Páginas em branco

Sinto-me como um escritor intimidado pelas frases não escritas que não surgem, das ideias que prescuto mas não emergem.
Páginas em branco. Páginas rascunhadas. Páginas riscadas. Páginas pintadas.
Páginas virgens enquanto outras já foram conspurcadas pela mão humana que as borra a seu preceito.
Páginas vestidas nuas enquanto outras vestidas a rigor ou então, somente, usuais.
Páginas ávidas de palavras que as reconfortem, páginas saturadas de ideias amontoadas ao longo de linhas imaginárias.
Páginas não têm escolha em ser, desda sua idealização à concretização da sua forma, em nada este processo é sua responsabilidade, até mesmo o seu fim cabe a outros.
Páginas soltas, e em nada livres.
Páginas agrupadas em capas, que não as protegem, só as encerram.
Páginas rasgadas, dilaceradas, sem ripostar o seu fim.
Todos os dias sou esse livro aberto em ponto nenhum antecedido por folhas brancas, riscadas, ideias amontoadas, e, neste ponto, vejo capítulos arquitectados na mente, ainda por tomar forma. Partindo da ideia que a vida tem a sua génese no principio e não no fim, no amor e não no ódio, somos o que? Apenas frutos de livros de outrem, que em certa altura se aglutinaram dando nos origem, assim como, o privilegio de novas paginas.
Dedicatoria
...Minha para Ti...
Estou neste ponto dada a vontade que nutria que me consumia de cair e de me deixar ir, saltar de braços abertos para um enorme desconhecido. Sabe tao bem, sabe tao (hum) inconstante e o que é prazeiroso poderá torna-se num grande dissabor.Quiça? Não me interessa.Fodasse!.. que vontade é esta? Como quero me perder em ti, como quero me inundar da tua essencia extasiar me com a tua existencia. Apoderar-me do teu corpo, aguçar te os sentidos, perder-me em gemidos encontrar-me de novo em ti e recomeçar tudo outra vez. Estranho me nao tanto como te estranho do mesmo modo que me entranho cada vez mais em ti, deixando de saber por onde vim – ENCLAUSURA-ME - porque assim o deixo, porque eu assim o quero. Sabes... - ainda estou para decifrar - e mesmo quando partes ainda te consigo sentir... Prende-me, assim o desejo. Quero viver ao sabor deste sentimento, sabe tao bem e eu nao o quero abandonar por nada, gostava tanto que nao houvesse fim, sabe tao bem viver assim. É optimo estar contigo, da tua presença nao me quero apartar nao agora, nao já, nao nunca. E cá, dentro de mim anseio que um dia nao te tenha de compartilhar e te possua por completo.
Assim ao teu modo...