sexta-feira, junho 2

Penso e largo o que pensei – tento.
Contudo, sei que falhei.
Penso, esqueci-me do que sei.
Esquecido ficou o que julguei.
Preso a mim está o sentimento que errei.
Não sei porque contra isto lutei.

É pérfido e malicioso,
De tenro aconhego,
Me manipula, me prende,
Tira-me todos os desejos
Substitui os ensejos pelos
Ausentes beijos.

São aguçadas lanças trenspassando o ar
Se vierem de ti matar-me-ei primeiro.
Vassalagem aos sentimentos
Escrava dos acasos que nunca quis dar asas
Que alados um dia se tornaram
De mim a ti viajaram.
(Pareçe-me que nunca mais me retornaram.)

Vagarosas horas que lentas presistem
Insistindo nas corretentes dos leitos,
Que tememos, eu ao menos, ja terem ido.
Escondo-me, são os intintos.
Inebriações dos vinhos tintos
Dou lhe a alma da carne
Carne dos meus sentidos
Ímpetos dos destinos.

Contra as conjecturas destas
Linhas brancas saturadas
Suspiro e desfaleço,
Perco a vida, o rumo.
Sei, não te mereço!

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