quarta-feira, março 29

Vontades Inclinadas

As brisas sompram sem destino pelo firmamento afora. Como que sobre a minha mente caminhassem os sentimentos voláteis das inconstâncias tão tipicamente humanas. Massas de ar, condensações húmidas cujas suas colisões vertidas do céu me molham. Vontades incompativeis, querer de tanto não querer sentir-me paradoxalmente complicada. Sou não o outro e tudo o que sei acaba por aqui. Termito da vida minha em cada ponto final das frases por mim escritas, inscritas nos papiros das vivências, transcritas em expressões que não negam ao mundo as insatisfações dos meus olhares. Quando me inclino em frente e vou, volto e caio de costas para o que não vejo por não haver desejo de o fazer. Dor efémura e aguda que se mantém mesmo quando as marcas se vão. Cicatrizes invisiveis de situações mal curadas. Há tanto para além das barreiras que almejo ultrapassar que o medo me impede de enxergar, destas dores no corpo que me impedem de seguir. Rampas da progressão que devolvem o meu corpo aos pontos iniciais da marcha. Retorno com esperanças renovadas, expectativas exponencialmente aumentadas e tento. Nada consigo. Desafios nas inclinações das vontades.

1 comentário:

Flávio Santos disse...

Uma perspectiva do problema do ser humano bem conseguida :) Keep writing!