terça-feira, novembro 29

Sei, Não Sei, Sinto, Nada Sinto

Queria ser capaz de preencher as palavras com os meus sentimentos, organiza-los de tal modo que me fosse possível exprimir-me devidamente. E, mesmo com o elevado número de palavras desta nossa língua que sei, estas deparam-se me sempre escassas. Ver-te é veres-me através de um espelho que só permite o reflexo da tua imagem. Não sei precisar ao certo, lá está, faltam me as palavras certas para este sentimento incerto que por ti nutro. Ou, talvez não nutra. Certezas duvidosas. És gota de água que estremece o lago turvo destes meus sentimentos. Como uma onda eminente mas imprevisivel tomas forma, na tua viagem à praia afogas-me em ti e no final o meu corpo rebola pelos graos de areia da costa. Estendida ainda exaltada pelo teu efeito, tento angustiadamente preservar estes diminutos momentos. E, quando julgo já nada mais haver para absorver olho e vejo que já cá não estás.

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