segunda-feira, maio 15

Inundações

Tudo me percorre;
Movimentos oscilantes
Curvatoras ascendentes
Antecedoras das quedas
Introspectivas em mim.

Tudo o que sou ou não
Jaz no fundo dos poços
Onde as luzes não penetram
Locais que os calores não chegam
Nem aconchegam.

Acomodo-me às paredes nuas
Inscritas com as memórias da vida
Talhadas na pedra à força de um esforço
Maior sacrificio que não pia.

Falha-me a voz das constações cujos
Conformismos calaram num gesto só
Como quem na mão ergue mordaças
Silêncios prolongados que me tomam
Semelhantes aos meus perderes

Privações dos contentamentos mortos
Pela longevidade do tempo
Felicidades que pacedem a par da ruínas
Sinónimos da presente decadênciaDe quem no poço se escondeu e lá morreu

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