domingo, março 18

Desassossego Doloroso

Reviro os olhos para o meu interior, para que as minhas entranhas possa eu visionar claramente e, por conseguinte, compreender este desassossego sem nome que me assola. É nesse espaço entre a pele e as víseras, o exterior que aos outros dou e o meu íntimo intáctil, que se alojam estes inquientantes sentimentos. É daí que sorvo as sensações que me embebedam o espírito e extraío a inspiração. Este estado periclitante de pêndelo é catalizador da minha escrita. Não posso fugir dos meus ímpetos criativos, não posso fugir de mim mesma. Estas dores evocadas deliberandamente fustigam-me continuadamente sem autorizações superiores da razão.Continuadamente me sufocam, continuadamente não se cessam, continuadamente não se findam; permanecem. Eu sei; do que me preenche estou eu consciente. Basta que me abraçe, com as minhas mãos trémulas, para sentir os poros saturados pelas emoções que exasperadamente tentam vir à tona. Os arrependimentos impedem que o leito do meu âmago seque e a minha alma, por fim, sossegue. A minha alma não descansa e o cansaço repousa à flôr da pele.

1 comentário:

Anónimo disse...

Ora viva!

Tenho pena que tenha interrompido este blog: um dos meus preferidos.
De quando em vez passo por cá, mas parece que quem cá estava já cá não está. Um dia destes, quem sabe?

Um abraço...
shakermaker