Vida
Interrompida
Derramo sangue nas pisadas. Ensopo os meus pés em interminaveis poças pelas pedras das calçadas. A vida escapa-me por entre os cortes profundos que me dilaceram inteiramente. As dores são como balas que me atravessam a direito, e a direito saem. Ao entrarem provocam-me buracos que não hão de sarar, o seu trajecto causa estragos irreversiveis, a sua saída é pior que a sua estadia. E cada passo que tomo, é mais um suspiro de vida que se dissapa no ar. Caminho lentamente, sem destino certo, se não, talvez, somente a morte. Tento desesperadamente inalar a vida que perco, e nada sinto – só dor. As forças padecem, o corpo perece. Divango vou errando enquanto sonhando nada atinjo. Nestes ultimos instantes que me restam vou me flagelando com xibatadas de verdade, com o fogo do arrependimento, com as vergas do engano ledo que um dia enxerguei. Sem retorno, concluo, pesarosamente que esgotei a vida. Lagrima interrompida pelo derradeiro sopro que nunca mais vivirei.
Sozinha, na calçada, sem vida jazo já morta.
Derramo sangue nas pisadas. Ensopo os meus pés em interminaveis poças pelas pedras das calçadas. A vida escapa-me por entre os cortes profundos que me dilaceram inteiramente. As dores são como balas que me atravessam a direito, e a direito saem. Ao entrarem provocam-me buracos que não hão de sarar, o seu trajecto causa estragos irreversiveis, a sua saída é pior que a sua estadia. E cada passo que tomo, é mais um suspiro de vida que se dissapa no ar. Caminho lentamente, sem destino certo, se não, talvez, somente a morte. Tento desesperadamente inalar a vida que perco, e nada sinto – só dor. As forças padecem, o corpo perece. Divango vou errando enquanto sonhando nada atinjo. Nestes ultimos instantes que me restam vou me flagelando com xibatadas de verdade, com o fogo do arrependimento, com as vergas do engano ledo que um dia enxerguei. Sem retorno, concluo, pesarosamente que esgotei a vida. Lagrima interrompida pelo derradeiro sopro que nunca mais vivirei.
Sozinha, na calçada, sem vida jazo já morta.
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