terça-feira, novembro 1

“I wanna hold you in the morning; hold you through in the night...”
Basta-me percorrer os meus inumeros textos para que haja algum que me toque em especial e, assim, me remeta para as minhas memorias. E lá reencontro-te de novo, como se à minha espera estivesses para me olhares francamente aos meus olhos cansados pelo tempo. Ha quem diga que o tempo atenua os sentimentos, até mesmo as imagens geradas pela mente, todavia eu relembro-te de todos os traços do teu rosto até ao infimo pormenor. Fecho os olhos contra a luz e ouço a tua voz , passados segundos consigo sentir o toque das tuas maos pressionando a minha pele, os meus membros, o meu corpo. Sinto o teu abraço de novo, retornando à segurança que só tu me conferes. Continuo instalada à comodidade da tua memoria, e quanto mais aí permaneço maior é a vontade de chorar. Como é dificil estar longe, longe daí, longe de mim, longe de ti. Já há muito tempo que não sentia necessidade de estar contigo, mas são estes instantes que quebram a estabilidade da minha realidade precária. São, pois, estes momentos em que me consciencializo do impacto que provocaste em mim. E dou-lhes razão, o tempo atenua mas não exilia o que nutrimos. Encolho os ombros ao ler estas minhas ultimas frases em sinal de mãos atadas que em nada podem agir face ao decorrer natural das coisas. Não há nada a fazer e pouco ficou por dizer. Vou demoradamente abrindo os olhos – o retorno é complicado – em prole de um desejo insatisfeito de te ter.
Não podendo, apenas vou sobrevivendo.

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