terça-feira, novembro 22

Critica à Guerra

Um tiroteio. Morrem crianças; aninhadas em braços desfalecidos nas sarjetas das estradas encardidas pelo sangue perdido. Balas resvalam os inocentes pedestres, atingido-lhes a mente num rasgo certeiro. As pessoas pilham-se a monte à sombra das trincheiras. Elevam-se armas ao céu, em sinal de superioridade numerica inimiga. Pureza conspurcada pelos monstros que pussuem corpos adormecidos pelo ensurdecedor som de capsulas a espancarem o terreno. Na luta pela vida desalmada estes seres correm sem direcção. E, como se de leprosos se tratassem, vão se fragmentando ao longo da maratona que travam pela sua vida. Facas sao empunhadas sem dó, cravadas em nenhum ponto especifico. Laminas aguçam-se na pele; esborratadas pela seiva que circulava na vida que ceifaram. Os invasores reagrupam-se, cospem ordens imperceptiveis entre si e púrrios de vingança tomam pertences alheios. Não há ética que resista, nem moral que persista no meio de uma guerra pela vida. Perdem-se valores, tanto quanto perdem –se lagrimas. Ladeira abaixo, a enxurrada de dor vai movendo corpos e membros de vitimas puritanas. Espetaculo inglorio da proclamação da irracionalidade humana. Crianças orfãs, pais sem filhos, homens sem trilho, mulheres sem destino. Tudo em prole de um mundo melhor – Nugação! Morte a praga dos vivos.

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