segunda-feira, maio 1

Barcas que deslizam invísiveis sobre os rios....

Memorias;
Barcas atracadas às docas
Dos meus portos de abrigo.
Voluptosas viagens,
Deleites pessoais nos resentires
Dos trespasses das águas tépias
Outrora aquecidas pela pressão
Das felicidades não esquecidas.

Exilio-me nos convés
Dos barcos que se apartam da terra
Avistamentos ao longe do passado
Terrenos que nunca já mais ninguém pisou
Ilhas minhas para as quais migro
Quando em mim viajo por dentro
Deslocalizações da mente sem corpo

Coordenadas imprecisas
Sem números que as definam.
Viagens sem mapas.
Erupçoes vulcanicas sem datação
Edificações abstractas que me encerram
Com vistas que se estendem para lá do pontão.

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