segunda-feira, dezembro 19

Quando o meu sonho és Tu...

Vejo vislumbres da tua silhueta sob mantos de sedução;
Observo o delicado modo como te estendes ao longo do colchão,
Perco-me nos traços do teu corpo semi-coberto até ao canto da tua boca
Onde me imagino absorvido por tudo esse fluido escorrido
Por dois montes de suicidios - carnais tanto quanto mentais -,
Que se encerram em húmidos vales de perdição
Sonhos meus, apenas teus por serem os teus lábios.

O teu corpo ondula em efeitos inconscientes de pulsões inquientantes
Que provocam mudanças na posição de sono e,
Os fragmentos antes cobertos e agora descobertos da tua pele
Assolam a minha mente em trajetórias cur(vil)neas
Cruel visão tua em que me vejo deitado a teu lado sem o estar
Onde os teus seios tao trilhos ermos que escondem nascentes aconchegos
Que ambiciono degustar e deles me embebedar.
Sonhos meus, apenas teus por serem os teus seios.

O teu sono demora-se como a minha satisfação tarda em chegar
Os fios do teu cabelo, que te adornam o rosto, roçam o tecido da almofada
Em que a tua cabeça repousa, impregnando-os da tua essencia.
Como queria mergulhar neles e inalar-te até à exaustão.
E neste meu sonho, também teu apenas queria ser o teu objecto de afeição.

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