Desassossego Doloroso
Reviro os olhos para o meu interior, para que as minhas entranhas possa eu visionar claramente e, por conseguinte, compreender este desassossego sem nome que me assola. É nesse espaço entre a pele e as víseras, o exterior que aos outros dou e o meu íntimo intáctil, que se alojam estes inquientantes sentimentos. É daí que sorvo as sensações que me embebedam o espírito e extraío a inspiração. Este estado periclitante de pêndelo é catalizador da minha escrita. Não posso fugir dos meus ímpetos criativos, não posso fugir de mim mesma. Estas dores evocadas deliberandamente fustigam-me continuadamente sem autorizações superiores da razão.Continuadamente me sufocam, continuadamente não se cessam, continuadamente não se findam; permanecem. Eu sei; do que me preenche estou eu consciente. Basta que me abraçe, com as minhas mãos trémulas, para sentir os poros saturados pelas emoções que exasperadamente tentam vir à tona. Os arrependimentos impedem que o leito do meu âmago seque e a minha alma, por fim, sossegue. A minha alma não descansa e o cansaço repousa à flôr da pele.
domingo, março 18
domingo, março 4
Nós de Saudade
Não há dia que passe que eu não conte a falta que me fazes. É uma acção com justificação, que decorre naturalmente da minha existência um pouco vazia. E por sozinha sempre estar, a tua lembrança é realidade que me assola. São esses pensamentos que me impedem de acordada dormir, por forma, que, mesmo querendo, não poderia sonhar com outra coisa. Sonho contigo de olhos bem abertos para o mundo do qual partiste em direcção a um horizonte distante, lá bem perto do incerto. Arriscaste em prol do mais viver, ao passo que eu, presa à consistência de uma rotina certa, permaneci atracada pelas amarras da comodidade ao porto que acolheu o nosso apartar. Ganhaste leme de navegar, velas de depressa andar, mastro de ao longe avistar terras por palmilhar. O que depressa tomei eu consciência foi o quanto mutável é o que se avista. Deduzem-se regras das observações prolongadas sem se ter em conta que as variáveis se alteram de modos que não se cogitam e, por vezes, não se vêm. Tudo perece a certo ponto mas eu tomava a minha vida como certa. Todavia, o percurso oscila como o rasgo que o teu barco deixa ao provocar o mar enquanto por este atravessa, atestando a capacidade do veleiro em mais nós alcançar e os meus não desfazer.
Não há dia que passe que eu não conte a falta que me fazes. É uma acção com justificação, que decorre naturalmente da minha existência um pouco vazia. E por sozinha sempre estar, a tua lembrança é realidade que me assola. São esses pensamentos que me impedem de acordada dormir, por forma, que, mesmo querendo, não poderia sonhar com outra coisa. Sonho contigo de olhos bem abertos para o mundo do qual partiste em direcção a um horizonte distante, lá bem perto do incerto. Arriscaste em prol do mais viver, ao passo que eu, presa à consistência de uma rotina certa, permaneci atracada pelas amarras da comodidade ao porto que acolheu o nosso apartar. Ganhaste leme de navegar, velas de depressa andar, mastro de ao longe avistar terras por palmilhar. O que depressa tomei eu consciência foi o quanto mutável é o que se avista. Deduzem-se regras das observações prolongadas sem se ter em conta que as variáveis se alteram de modos que não se cogitam e, por vezes, não se vêm. Tudo perece a certo ponto mas eu tomava a minha vida como certa. Todavia, o percurso oscila como o rasgo que o teu barco deixa ao provocar o mar enquanto por este atravessa, atestando a capacidade do veleiro em mais nós alcançar e os meus não desfazer.
segunda-feira, fevereiro 26
Fuga Numa Ginja Tinta
Demasiadas, sei eu hoje que foram, as cenas em que me entreguei aos bebericares solitários nocturnos. Numa repetição mecanizada de levantar pousar o copo e esvaziar a garrafa pousada na mesa das minhas lamentações, perdi a noção do cerne da questão que edificava o meu estado de dilaceração. Nunca foi sede nem vontade de beber. Sempre foi vontade de esquecer. Compreendo hoje tudo isto por ver meu corpo impresso contra o beco da fuga. Não existem mais saídas, perdi a imaginação e o vinho também se acabou. Que seja arrebatada pelo que sentir não quis outrora e que compensei com as inebriações provocadas pelo tinto desejo de tragar a doçura da vida. Enchi-me de ginja até sentir a boca adocicada e a ressaca amarguíssima de uma dor trespassante pelas têmporas devido a esses excessos. Excedi-me, de facto, na procura pelo esquecimento e sequiosa todas as manhãs seguintes acordei até que hoje não há mais água para me acalmar a boca. Bem-vindo ao final da fuga.
Demasiadas, sei eu hoje que foram, as cenas em que me entreguei aos bebericares solitários nocturnos. Numa repetição mecanizada de levantar pousar o copo e esvaziar a garrafa pousada na mesa das minhas lamentações, perdi a noção do cerne da questão que edificava o meu estado de dilaceração. Nunca foi sede nem vontade de beber. Sempre foi vontade de esquecer. Compreendo hoje tudo isto por ver meu corpo impresso contra o beco da fuga. Não existem mais saídas, perdi a imaginação e o vinho também se acabou. Que seja arrebatada pelo que sentir não quis outrora e que compensei com as inebriações provocadas pelo tinto desejo de tragar a doçura da vida. Enchi-me de ginja até sentir a boca adocicada e a ressaca amarguíssima de uma dor trespassante pelas têmporas devido a esses excessos. Excedi-me, de facto, na procura pelo esquecimento e sequiosa todas as manhãs seguintes acordei até que hoje não há mais água para me acalmar a boca. Bem-vindo ao final da fuga.
Chora no aconchego do meu corpo a tua magoa de não o saberes amar melhor
Abre os olhos, acredita que sei o quanto é difícil faze-lo nos momentos em que o sol se põe ao alto sobre nós e a ofuscação torna-se insuportável para a vista. Abarca essa luz como bênção clarificante das ideias que agora te surgem ao enxergares a realidade que sofregamente tentaste enegrecer até ao ponto escuro do esquecimento. É dia das vistas com rigor de medida em que tudo é o que aparenta ser à partida. São tão reais essas lágrimas como a minha presença ao teu lado a limpa-las da tua face. A dor que te inflijo ao auxiliar-te na escavação da verdade também é verdadeira. Desculpa se não consigo minorar o teu sofrimento nesse teu processo de cura emocional atrasado no tempo das vivências. Talvez se te tivesses permitido sentir antes hoje tal não te parecesse tão difícil. Todas as palavras que me afluem à boca são pedaços de um gume afiado pelas frases que me disseste ao longo do tempo. Não me consigo impedir de proferir as verdades num dia em que a madrugada deu à luz a mesma realidade. Para mim tudo é o que sempre foi, sou igual a ontem, mas tu hoje, és mais que um corpo limitado a uma actuação vazia sem fundamento, és carne que padece quando a mente se entristece.
Por muito que o pesar te humidifique a cara, não há como voltar atrás. Num laivo de egoísmo almejei não te compreender. Quis te tirar o direito à expressão, todavia, não me cabe a mim nem por direito nem por vontade faze-lo. Chora que essas tuas lágrimas são fruto do desconhecimento, falta de treino e da inexistência de uma couraça interior que te proteja das emoções que se geram no teu âmago. Nunca aprendeste a lidar contigo mesmo e tudo o que sabes fazer é negar na perspectiva do tentar esquecer. Passas pelas coisas sem te tornas parte integrante das mesmas, o teu passado é rico em imagens mas pobre em vivências, pelo que, não é errado assumir que te falta demasiado para cresceres. Chora no aconchego do meu corpo a tua magoa de não o saberes amar melhor.
Abre os olhos, acredita que sei o quanto é difícil faze-lo nos momentos em que o sol se põe ao alto sobre nós e a ofuscação torna-se insuportável para a vista. Abarca essa luz como bênção clarificante das ideias que agora te surgem ao enxergares a realidade que sofregamente tentaste enegrecer até ao ponto escuro do esquecimento. É dia das vistas com rigor de medida em que tudo é o que aparenta ser à partida. São tão reais essas lágrimas como a minha presença ao teu lado a limpa-las da tua face. A dor que te inflijo ao auxiliar-te na escavação da verdade também é verdadeira. Desculpa se não consigo minorar o teu sofrimento nesse teu processo de cura emocional atrasado no tempo das vivências. Talvez se te tivesses permitido sentir antes hoje tal não te parecesse tão difícil. Todas as palavras que me afluem à boca são pedaços de um gume afiado pelas frases que me disseste ao longo do tempo. Não me consigo impedir de proferir as verdades num dia em que a madrugada deu à luz a mesma realidade. Para mim tudo é o que sempre foi, sou igual a ontem, mas tu hoje, és mais que um corpo limitado a uma actuação vazia sem fundamento, és carne que padece quando a mente se entristece.
Por muito que o pesar te humidifique a cara, não há como voltar atrás. Num laivo de egoísmo almejei não te compreender. Quis te tirar o direito à expressão, todavia, não me cabe a mim nem por direito nem por vontade faze-lo. Chora que essas tuas lágrimas são fruto do desconhecimento, falta de treino e da inexistência de uma couraça interior que te proteja das emoções que se geram no teu âmago. Nunca aprendeste a lidar contigo mesmo e tudo o que sabes fazer é negar na perspectiva do tentar esquecer. Passas pelas coisas sem te tornas parte integrante das mesmas, o teu passado é rico em imagens mas pobre em vivências, pelo que, não é errado assumir que te falta demasiado para cresceres. Chora no aconchego do meu corpo a tua magoa de não o saberes amar melhor.
quarta-feira, fevereiro 21
Silêncio (In)Tranquilizante
Fustigo, com a carga das minhas palavras, o teu corpo que repousa inerte a meu lado. Permaneces quieto apenas com uma expressão inigualável estampada no rosto, que penso denotar o quanto te sentiste acarinhado pela emoção que as minhas frases comportavam. Com o quedar das palavras a minha alma despe-se totalmente deixando-me, assim, à mercê de um silêncio emergente que me atrapalha os raciocínios. Expôs-me ao teu já previsto emudecer, expressando na mesma as emoções que me condenam à prisão dos meus sentidos falíveis que te percepcionam tão acertadamente perto, mas que no entanto, não são capazes de ouvir o que pensas. Ao silêncio alia-se esse olhar desconcertante cujo fundamento desconheço, que acresce à minha falta de à vontade inquietação. Responde à minha nudez com mais que esse olhar que julgo, podendo estar enganada, tratar-se de um anuir ao que proferi. E quando estou prestes a perder a paciência e a quebrar o silêncio beijas-me com um gesto dissipador de todas as minhas dúvidas e inseguranças. Nesse instante encontraste próximo ao tacto e a distância que entre nós existe mede-se pelo desejo de próximos estarmos. Arrepio-me e sorrio dada à pressão da necessidade de expressar o meu intimo de forma simples e facilmente percebida por ambos. Na verdade, mesmo que quisesses fazê-lo de outra maneira, não conseguiria. Abarco o silêncio, como se este não passasse de uma atmosfera saturada por tudo o que do findar das palavras ficou suspenso no ar. O silêncio fala-me de nós.
Fustigo, com a carga das minhas palavras, o teu corpo que repousa inerte a meu lado. Permaneces quieto apenas com uma expressão inigualável estampada no rosto, que penso denotar o quanto te sentiste acarinhado pela emoção que as minhas frases comportavam. Com o quedar das palavras a minha alma despe-se totalmente deixando-me, assim, à mercê de um silêncio emergente que me atrapalha os raciocínios. Expôs-me ao teu já previsto emudecer, expressando na mesma as emoções que me condenam à prisão dos meus sentidos falíveis que te percepcionam tão acertadamente perto, mas que no entanto, não são capazes de ouvir o que pensas. Ao silêncio alia-se esse olhar desconcertante cujo fundamento desconheço, que acresce à minha falta de à vontade inquietação. Responde à minha nudez com mais que esse olhar que julgo, podendo estar enganada, tratar-se de um anuir ao que proferi. E quando estou prestes a perder a paciência e a quebrar o silêncio beijas-me com um gesto dissipador de todas as minhas dúvidas e inseguranças. Nesse instante encontraste próximo ao tacto e a distância que entre nós existe mede-se pelo desejo de próximos estarmos. Arrepio-me e sorrio dada à pressão da necessidade de expressar o meu intimo de forma simples e facilmente percebida por ambos. Na verdade, mesmo que quisesses fazê-lo de outra maneira, não conseguiria. Abarco o silêncio, como se este não passasse de uma atmosfera saturada por tudo o que do findar das palavras ficou suspenso no ar. O silêncio fala-me de nós.
terça-feira, fevereiro 20
Pesar, Mais Que Lágrimas
Derramei a essência das minhas vontades voláteis em poucas das combinações possíveis das palavras em frases, e agora que as releio julgo que as palavras são escassas no que toca à explicitação dos sentidos da carne. Coloquei mais de mim em todas as frases do passado do que nas situações a que estas se referem; fui mais papel do que gente que teoricamente sente o que o vive, diz o sente, sorri e não mente. Omitindo-me, fui me, progressivamente, afogando nas pilhas de memórias que à minha volta construí, alimentando-me de um papel incapacitante que me desnutriu. Enveredei por meios de viver que apregoavam facilidades e uma felicidade que não necessitava do esforço do trabalho para subir na vida a pulso. Sucumbi a uma ilusão auto infligida que desenhava um quotidiano à imagem dos meus desejos recalcados pelo peso de uma realidade difícil de suportar, que vi abatida sobre a minha estrutura óssea frágil desorientando-me a minha já perdida mente. Cai nos clichés de sonhar acordada com uma vida que na realidade se afigurava tão diferente. O importante acabou não proferido e guardado no aconchego do papel perdido. Os sentimentos presentes nessas folhas antigas revoltaram-se ,por fim, fustigando os meus sentidos que hoje sentem de novo e relembram-me que ser-se de carne é sinonimo de ser-se vivo.
Derramei a essência das minhas vontades voláteis em poucas das combinações possíveis das palavras em frases, e agora que as releio julgo que as palavras são escassas no que toca à explicitação dos sentidos da carne. Coloquei mais de mim em todas as frases do passado do que nas situações a que estas se referem; fui mais papel do que gente que teoricamente sente o que o vive, diz o sente, sorri e não mente. Omitindo-me, fui me, progressivamente, afogando nas pilhas de memórias que à minha volta construí, alimentando-me de um papel incapacitante que me desnutriu. Enveredei por meios de viver que apregoavam facilidades e uma felicidade que não necessitava do esforço do trabalho para subir na vida a pulso. Sucumbi a uma ilusão auto infligida que desenhava um quotidiano à imagem dos meus desejos recalcados pelo peso de uma realidade difícil de suportar, que vi abatida sobre a minha estrutura óssea frágil desorientando-me a minha já perdida mente. Cai nos clichés de sonhar acordada com uma vida que na realidade se afigurava tão diferente. O importante acabou não proferido e guardado no aconchego do papel perdido. Os sentimentos presentes nessas folhas antigas revoltaram-se ,por fim, fustigando os meus sentidos que hoje sentem de novo e relembram-me que ser-se de carne é sinonimo de ser-se vivo.
quarta-feira, janeiro 10
Falência Emocional
Ser-se cego é estupidamente dispendioso para o capital emocional, pelo que, para viver sem vista não há modo de escapar às privações. Para suportar o ledo engano investimos nas vendas ilusórias acetinadas, aprazíveis para as pálpebras sobre as quais repousam, com o dinheiro poupado pelos cortes orçamentais noutros adornos superficiais. Tomamos como despesa luxuosa o bem-estar, abdicando deste em prole da gula do engano que nos vai, progressivamente, sugando a tão poupada felicidade que tentamos sofregamente manter. Sacrifícios na virtude da sobrevivência. Jejuamos com venda posta na expectativa que esta nos alimente as velhas carências. Sentimos a difusão do ar pelas nossas entranhas, preenchendo-nos de vazio que em nada disfarça a fome que nos consome. Somos cegos, não surdos! A venda é apenas uma película rosa carmim posta sobre o mundo. Alimentamos um engano cuja génese teve lugar em nós mesmos e por amor a um filho parido não o renegamos, negando-lhe o temperamento tenro monstruoso. È a extensão do nosso fim, alimentada com a comida que tiramos da nossa boca para colocar na dele. Vemos um mundo que não se faz ouvir como se mostra. Já não há dinheiro para silenciar o mundo. Esta é a paga por tentarmos manter viva uma chama antiga extinguida.
Ser-se cego é estupidamente dispendioso para o capital emocional, pelo que, para viver sem vista não há modo de escapar às privações. Para suportar o ledo engano investimos nas vendas ilusórias acetinadas, aprazíveis para as pálpebras sobre as quais repousam, com o dinheiro poupado pelos cortes orçamentais noutros adornos superficiais. Tomamos como despesa luxuosa o bem-estar, abdicando deste em prole da gula do engano que nos vai, progressivamente, sugando a tão poupada felicidade que tentamos sofregamente manter. Sacrifícios na virtude da sobrevivência. Jejuamos com venda posta na expectativa que esta nos alimente as velhas carências. Sentimos a difusão do ar pelas nossas entranhas, preenchendo-nos de vazio que em nada disfarça a fome que nos consome. Somos cegos, não surdos! A venda é apenas uma película rosa carmim posta sobre o mundo. Alimentamos um engano cuja génese teve lugar em nós mesmos e por amor a um filho parido não o renegamos, negando-lhe o temperamento tenro monstruoso. È a extensão do nosso fim, alimentada com a comida que tiramos da nossa boca para colocar na dele. Vemos um mundo que não se faz ouvir como se mostra. Já não há dinheiro para silenciar o mundo. Esta é a paga por tentarmos manter viva uma chama antiga extinguida.
segunda-feira, dezembro 11
Passado de novo Presente
As minhas barreiras tremem ao sentir os teus olhos postos em mim. Vacilo, tudo o que tinha como certo torna-se, por instantes, incerto, perco os rumos correctos e dou o meu corpo ao erro de recair. É difícil, demasiado difícil, manter-me distante quando há algo que me remete constantemente para ti. Se não fossemos ambos gente de carne palpável, inteligíveis à vista, tidos como reais ao toque, mas sim, coisas, objectos inanimados salvos de todas as questiúnculas da condição humana, não seríamos implicados nestes problemas que sentir acarreta inatamente. Dissociar-me de mim tendo em vista o esquecer-te a ti, é impossível demais... Continuo sem perceber de que quê se alimenta este sentimento que se exalta ao ouvir-te ao longe! Adjectiva-lo como inexistente é futuro que não se prevê próximo. Por conseguinte, permaneço imutável à acção do tempo, padecendo da dinâmica do querer - não te querer mais. Vou me fragmentando pela força da pressão de me manter longe o suficiente para não ser magneticamente puxada contra ti. É uma força forte demais que contrapesa com a força do êxtase de um olhar correspondido prolongado num beijo e com o fardo da significação intrinsecamente sentida das palavras como saudade. Podia negar a falta que a tua ausência me provoca se dissesse que não sei o que sinto quando te sinto perto e, até mesmo, que nada sinto, porém, seria mais que mentir! Sorrio de outro modo quando juntos compartilhamos o que nos rodeia, é tão claro que sou a última a vê-lo e a primeira a senti-lo quando escasseia. Tenho saudades de ser feliz. Quando cedo à necessidade de ver satisfeita a falta de ti, renovo o ar que me vai mantendo entre as abstinências e recaídas que compõem o passado, presente e as nossas interacções futuras até que se encontre a cura para a condição emocional humana.
As minhas barreiras tremem ao sentir os teus olhos postos em mim. Vacilo, tudo o que tinha como certo torna-se, por instantes, incerto, perco os rumos correctos e dou o meu corpo ao erro de recair. É difícil, demasiado difícil, manter-me distante quando há algo que me remete constantemente para ti. Se não fossemos ambos gente de carne palpável, inteligíveis à vista, tidos como reais ao toque, mas sim, coisas, objectos inanimados salvos de todas as questiúnculas da condição humana, não seríamos implicados nestes problemas que sentir acarreta inatamente. Dissociar-me de mim tendo em vista o esquecer-te a ti, é impossível demais... Continuo sem perceber de que quê se alimenta este sentimento que se exalta ao ouvir-te ao longe! Adjectiva-lo como inexistente é futuro que não se prevê próximo. Por conseguinte, permaneço imutável à acção do tempo, padecendo da dinâmica do querer - não te querer mais. Vou me fragmentando pela força da pressão de me manter longe o suficiente para não ser magneticamente puxada contra ti. É uma força forte demais que contrapesa com a força do êxtase de um olhar correspondido prolongado num beijo e com o fardo da significação intrinsecamente sentida das palavras como saudade. Podia negar a falta que a tua ausência me provoca se dissesse que não sei o que sinto quando te sinto perto e, até mesmo, que nada sinto, porém, seria mais que mentir! Sorrio de outro modo quando juntos compartilhamos o que nos rodeia, é tão claro que sou a última a vê-lo e a primeira a senti-lo quando escasseia. Tenho saudades de ser feliz. Quando cedo à necessidade de ver satisfeita a falta de ti, renovo o ar que me vai mantendo entre as abstinências e recaídas que compõem o passado, presente e as nossas interacções futuras até que se encontre a cura para a condição emocional humana.
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